sexta-feira, 27 de abril de 2012

Como não dar uma festa - Parte 1

Eu não sou de dar festas, com exceção do meu aniversário (quando meu pai permitia), eu nunca havia dado outra tipo de festa. Escondido então, nem pensar. Hoje, iremos ter revelações. Acomodem-se bem nas suas cadeiras, pegue o melhor óculos de leitura, se posicione confortavelmente ligue a Tv, quem sabe? e comece a ler o post de hoje.

Para uma leitura mas cômoda, sugiro a seguinte trilha sonora:


Como eu disse, eu nunca havia dado outro tipo de festa, além do meu aniversário, mas isso mudou ano passado. Com a minha crescente popularidade - vejam, não sei onde estava com a cabeça -, eu  achava que deveria fazer alguma coisa pra manter as aparências e o mais importante, garantir o  meu lugar no grupinho pop da sala. A maioria de vocês que leem meu blog, sabe que sou contra esse tipo de futilidade e que também sempre fui meio tímido coisa e tal. Mas se você realmente é um leitor aqui do TMA, também  sabe da minha crescente popularidade no último ano de escola. Aliás, coisa que eu nunca expliquei muito bem aqui, porque afinal, ninguém fica amigo dos mais badalados de uma hora pra outra...Mas isso é assunto para outro post.

Como estava dizendo, eu queria dar uma festa que marcasse aquela galera e que fosse realmente algo inesquecível na cabeça do pessoal (e acreditem, não é tão fácil assim). Quando fui ficando amigo de algumas pessoas na minha turma, a gente já começou a sair mais, se reunir lá em casa, alguns banhos de piscina, porém, festa de verdade, não (entenda-se festa como um antro de adolescentes enlouquecidos, com a guela cheia de cachaça e a putaria rolando solta, quer dizer, um verdadeiro cabaré).

Pois bem, em minha defesa, pouca coisa posso dizer, admito. Só, "O que um adolescente não é capaz de fazer, né não, gente?". Em primeiro lugar, a festa nem foi (tecnicamente) ideia minha. Meus pais iriam viajar no fim de semana, pra João Pessoa, não lembro exatamente qual o motivo. Eles sairiam na Sexta, e só voltariam na segunda-feira. Tempo o suficiente pra dar uma festa, e esconder qualquer vestígio da mesma.

Como já fazia umas "reuniões" lá em casa, assim que falei da viagem dos meus pais; uma das minhas amigas, ficou incontrolável, a reação foi mais ou menos essa:


- Teus pais vão viajar???????????????????????
- Vão, mas...
- Vamos dar uma festaaaaaaaaaa, bora Evaristooo, vaaamos! Só a gente, o nosso grupinho 'pô'.
- Hum...pode ser.

Como vocês leram, concordei com ela. A ideia em si não foi minha, mais aceitei tudo proposto. Achei que a ideia era boa mesmo. Nunca pedi nada (demais) aos meus pais, era um bom aluno e bom filho, então porque não?

- Mãe, eu posso chamar meus amigos pra tomar um banho de piscina quando vocês viajarem?
- Não senhor. Esse povo já vem pra cá direto.
- Mas mãe?! Por favor!!!
- Não e não.


Não sei de onde veio toda essa minha insistência, mas eu estava realmente obstinado a dar aquela festa. Acho que todos os sentimentos de revolta acabaram sendo impulsionados por esse não (quem sabe?). Falei com meu pai:

- Pai, posso chamar o povo?
- Pode. Tenha cuidado, nada de bebida, e deixe tudo arrumado.


*Le mãe chega*

- Edivaldo?! Não! Eu não quero esse povo na minha casa.
- Mas Francineide...
- Não! NÃO VAI TER NADA. QUEM MANDA AQUI SOU EU.



Não havia muitas alternativas. Minha mãe estava irredutível e meu pai, sem opção diante da fúria dela. Minha mãe sempre foi mais rígida e brava comigo do que meu pai, aliás. Só me restava uma única alternativa, contar com a única pessoa que me apoiava dentro daquela casa: A empregada.

Sempre me dei muito bem com as pessoas que trabalham lá em casa, e a Lusângela, por sinal, não era excessão. Ao contar-lhe minha triste história, ela topou de cara me ajudar.

Na verdade, não foi só porque gostava de mim, em troca, lhe ofereci um dia de folga. (eu sei, corrupção e todo tipo de delito foi cometido, que exemplo, heim?). Pois bem, pra se dar uma festa de sucesso, é preciso planejar os mínimos detalhes e nesse caso, mais ainda. Eu falei pra todos os envolvidos que era tudo escondido, ou seja, ninguém podia avisar que iria lá pra casa. Inventassem uma história. Combinado o dia e horário, eis que surge uma proposta: "Porque não dormimos na casa de Evaristo?" Daí você pensa, agora fudeu tudo. Mas não. O que eu realmente queria era ficar cada vez mais próximos e amigo deles, ter história de um "baita" festa pra contar.

Aceitei de boa. Éramos uns quinze a vinte, acho. Isso dividido entre meninas e meninos, o que na hora de dormir, poderia dar em problema. Então as mais diversas mentiras foram inventadas, como casa de "amiga" e o diabo a sete. Tudo armado, esquema planejado, fica decidido, que para garantir a integridade física das pessoas, seria melhor que meninas dormissem num quarto e meninos em outro. Cês acham que deu certo?

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