quarta-feira, 18 de julho de 2012

Olá

Uma desculpa mal dada é pior do que desculpa nenhuma, então prefiro não enrolar ninguém e muito menos enganá-los com falsas histórias ou ocupações inexistentes. Simplesmente parei de atualizar o blog por um motivo: Falta de saco.

E não, queridos leitores, a culpa não é de vocês. Como um namorado que encerra sua relação com sua ex-amada, devo dizer: O problema sou eu, não vocês. E aliás, devo até agradecê-los. Passei tanto tempo sem vir aqui, sem nem sequer entrar, dar um checada, mas pelo que vi, vocês não. As estatísticas do blog me mostraram recordes de visitas na página então só tenho uma coisa a dizer a todos vocês caríssimas crianças: Obrigado.

Obrigado por perderem o tempo de vocês lendo as besteiras que escrevo, obrigado por ficarem aqui, "cuidando" do TMA, obrigado por não desistirem tão fácil quanto eu.

Não sei quando voltarei, nem se voltarei. Mas prometo, se realmente voltar a escrever nesse espaço (apesar de não me achar mais digno), irei explicar com detalhes diversas coisas que ocorreram na minha vida e fizeram eu tomar as decisões que tomei.

Disponibilizo aqui para vocês, com todo o carinho do mundo, minhas páginas na internet:

Twitter - para lerem as besteiras que posto por lá, mas realmente mal o utilizo.
Facebook - para sermos amigos e mantermos contato.
Ask.fm - para os curiosos de plantão tirarem todas as dúvidas que tem sobre mim. Garanto, responderei todas que puder.
Instagram - para vocês acompanharem um pouquinho do meu dia a dia. Inclusive, acho o instagram extremamente divertido. Gosto de postar fotos por lá.

E mesmo tendo iniciado post dizendo que não pediria desculpas, devo fazê-lo: Desculpem-me.


Quem entendeu a analogia da foto do Hector Bonilla com o meu pedido de desculpas, merece meu amor eterno. Hahaha

Ps: Twitter bugado, por isso a falta do link. Assim que possível, atualizarei o post.

Update: Atualizei - finalmente - o link do twitter. Coloquei o link do Instagram também. Interessados, deem uma passada por lá.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Educação bloguística

Não sou associado a nenhum blog e nem pretendo. Os motivos são simples. Existem milhares de blogs que falam dos mesmos assuntinhos padronizados e tantos outros que contam coisas que não temos interesse em ler, entretanto, alguns poucos, valem à pena. Mas a maioria acha que vive num pedestal de cristal porque recebe muitos acessos diários.

Mas o pior, não é só  arrogância de certos blogueiros, mas a insistência de quem faz um blog e quer enfiá-lo goela abaixo das pessoas. Comentários do tipo: "Ei, segue meu blog", são desnecessários. Qual o sentido de fazer isso? Naturalmente, alguém que se interesse de verdade pelo que você escreve, irá seguir seu blog. Prefiro um milhão de vezes ter dez seguidores que leem o blog, do quê 250 que nem sequer visitam a página da web.

Além disso, muitas vezes um blog que gostamos ou admiramos, não está nem aí para os seus seguidores. E aí eu digo, é importante sim dar  atenção a quem você sabe que realmente lê ou gosta daquilo que você escreve. Acho uma falta de educação ignorar algum comentário realmente válido ou que acrescenta à postagem, ou até um simples elogio, contanto que, obviamente, se mantenha o bom senso e não apele para o clássico comentário "Tô te seguindo, segue de volta?" - Isso já é a demonstração da corrupção que existe no meio dos blogueiros.


Alguém te segue e simplesmente por esse motivo, mesmo que você não goste ou não se interesse e talvez nem tenha lido o que a criatura escreve, você segue. E daí, acumulam-se números, mas não leitores. São um amontoado de pessoas num dos gadgets do seu blog. Quantos ali realmente leem as postagens? Poucos.

O bom senso e a educação devem ser usadas sempre, e a internet não é exceção. Essa ideia de uma rede de blogs que um comenta no outro, para o outro contar no um, é de uma sandice sem fim. Faça seus textos, divulgue e cuide dos seus leitores, quer dizer, seja gentil. Não quero dar uma receita de como fazer/cuidar de um blog (coisa que muitos outros blogs fazem),até porque, não existe uma receita pronta, só quero mostrar que é simples e pode até sim, ser gratificante. Tudo pode variar. 

Então leitores, deixo um abraço e três dicas que - espero - irão fazer vocês olharem qualquer blog com outros olhos:


  1. Não acredite em tudo que você lê, principalmente se a vida de quem escreve é perfeita demais (e falo sério, existem "trocentos" blogs com gente se fazendo passar por quem não é ou gostaria de ser).
  2. Se você gosta do blog, comente, mesmo que seja só um elogio (isso alegrará o dia do blogueiro).
  3. Se não concorda, critique (e aí é onde vemos se quem escreve tem maturidade bastante para fazê-lo ou se é mais uma criança, pois se realmente for uma pessoa aberta à novas ideias, ela aceitará a crítica e provavelmente vai responder de forma educada e não com quatro pedras na mão).
Até logo, amigos.




domingo, 20 de maio de 2012

Como não dar uma festa - Final

Como não dar uma festa - Parte 3



Depois de acordar, nem quis me levantar. Além de termos ido dormir muito tarde, estava morrendo de preguiça - eram umas oito horas da manhã, mais ou menos. Só que, em quanto ainda me espreguiçava (já sozinho, porque todos os outros não estavam mais no quarto), o telefone toca. Ao atender, não poderia ter maior surpresa:

- Alô?
- Alô? Sou eu meu filho.
- *Assustado* Ooooi, mainha!
- Ei, eu e seu pai estamos voltando hoje.
- HOJE?
- É, por que?
- *fodeu, fodeu, fodeu* Não por nada, hehe. Vocês vem que horas?
- Daqui à pouco a gente sai daqui.
- Tá bom mainha.
- Tá tudo certo aí?
- Tá sim senhora, não se preocupe.
- Ok, até mais tarde.

Eu pensei: - Meu pai eterno, e agora, meu Deus, fodeu tudo, eles vão descobrir! Que merda! Pra que eu fui fazer essa besteira! Meu Deus do céu, eu vou me ferrar, meus pais vão me matar. Que meeeeeeeeeeerda.

Agora pensem nisso repetidamente por umas 357 vezes.

Fiquei atônito. Não sabia mesmo o que fazer. Fui atrás dos outros e chegando na cozinha, me deparei com eles. Como eu disse, não tinha comida lá em casa, restavam os pães (que eu tinha comprada pra comer depois) e algumas fatias de queijo na geladeira. Eles comeram os dois. Pois é, fizeram queijo quente e quem ficou sem café da manhã? Eu, lógico.


Naquele momento estava pouco me importando, então tratei logo de dar-lhes a - terrível - noticia. Nem me lembro como eu disse, mas eu disse. Foi uma mistura de risos, com desespero, porque afinal, muitos ali conheciam meus pais e meus pais conheciam os pais deles, isto é, fodendo pra mim, fodia pra eles. Depois disso, notamos o quanto a limpeza que as meninas haviam feito tinha ficado meia boca (isso sendo bem generoso, na verdade estava uma porcaria).

Meu quarto parecia um lixão. Roupa, colchões, objetos não identificados, tudo espalhado pelo chão. Não via outra alternativa, de alguma forma tinha que recorrer a alguém. E quem mais se não a única pessoa da casa que me entendia? Sim, liguei pra Lusângela! Desesperado, relatei o ocorrido e mais desesperada ainda ela ficou ao saber da vinda antecipada dos meus pais, então, logo se prontificou a ir limpar a casa (sim, até hoje devo um dia de folga a querida assistente do lar lá de casa, fica aqui meu pedido de desculpas e eterno agradecimento; beijos Lu!).

Como disse, meus pais foram para João Pessoa, que fica aproximadamente a uns 300 quilômetros de Patos, o que convertendo em tempo, seriam mais ou menos umas 4hrs (com variações para mais ou para menos de 30min a 1hr), e meu pai, acreditem, consegue fazer essa viagem em menos de três horas e meia. Daí surgiu minha outra preocupação: Não dar tempo de limpar a casa. Sério, TODA a casa estava imunda. Às escadas estavam sujas e grudentas, os quartos bagunçados (menos o do meus pais, que obviamente foi guardado à sete chaves), a sala, a cozinha, tudo sujo e "destruído". Lusângela teria que, literalmente, se "virar nos trinta".

Em quanto isso, todo mundo foi tomar banho, recolher as coisas e tal. Quem morava perto, ou tinha que ir logo embora, foi. E então, meu amigo, o preguiçoso, veio me contar o que "rolou" de noite e que por causa do meu sono de beleza, não pude ver com meus próprios olhos. Em síntese, mais putaria.


A safada que dormiu no meu quarto, deitou-se com um dos meninos durante à noite e dormiu agarradinho com ele (e com OUTRAS coisas, SE É QUE VOCÊS ME ENTENDEM). E mesmo sendo óbvio quem é, para as minhas amigas que vão ler isso aqui, claro que não vou revelar. Depois disso, meu amigo e ele, não conseguiam dormir e os dois, deixando a safada lá, foram para a sala. Lá, que eu saiba, bateram - estranhamente- um bate papo descontraído e "feliz" sobre as aventuras sexuais de um deles. Após isso, a safada acordou e foi para o mesmo recinto que os garotos. O que fez com que meu amigo, saísse, preferindo deixá-los a sós (o que não o impediu de pegar algumas cenas calientes, segundo ele).

Por último e com toda certeza não menos importante temos as "brincadeirinhas" do pessoal do outro quarto, que só descobriremos no final do post. Pois bem, nos atentemos ao restante da história; depois do meu amigo me contar tudo, "apressamos o passo" e saímos lá de casa, com a chama da esperança viva de que Lusângela chegaria a tempo e tudo daria certo.

Partimos para casa de um dos meninos do "grupo". Você achou que a festa já tivesse acabado? Que nada...Almoçamos na casa desse amigo e eu apreensivo, esperava uma ligação a qualquer momento. Quando íamos ao shopping, pós almoço, meu celular toca e meus pais avisam que devo abrir a porta de casa, pois eles estavam à caminho e sem chaves. SIM LEITORES, EU NÃO ESTAVA EM CASA.

Fiquei desesperado. Me acalmei e falei que tinha ido almoçar, mas iria espera-los num lugar próximo lá de casa, porque estava na casa desse meu amigo, que era próximo a esse local. Só que, detalhe: EU ESTAVA NO SHOPPING! Saí correndo, apressado, afobado e com medo. Cheguei ao local combinado, e não demorou nem 1 mim para eles aparecerem. Daí entreguei a chave, e disse que voltaria para a casa desse meu amigo.

Tudo certo, permitiram. Estava na expectativa de dar tudo certo, da casa estrar em perfeitas condições. Liguei para eles alguns minutos depois:

- Oi, e aí? Tá tudo em ordem aí?
- Tá...
- *Suspiro ultramegasuper aliviado* Ah, que bom...E Lusângela?
- Já foi, nem estava aqui quando chegamos.

Caros, a mulher limpou a casa e ainda foi embora antes deles chegarem! Isso sim é eficiência. Merece  sem dúvida o prêmio de melhor empregada do ano (quiçá século!).

Parabéns Lu!!!

Fiquei pasmo, mais feliz, tudo havia saído - quase - como os conformes. Do shopping, fomos atrás de cerveja, já que lá não venderam pra gente por sermos menores de idade (que fique claro, não bebo, a cerveja era única e exclusiva para eles). No fim de tarde - sã e salvo - voltei para casa.

Fim.



































Que nada seus bobos! Cês caíram? Não acabou.

Uma semana depois, minha prima (a dona do outro quarto), ao virar o colchão da sua cama, encontrou DUAS CAMISINHAS USADAS debaixo do colchão!!! (Waleska, quando ler o post, me corrija se eu estiver errado)








Eu sei, gente, eu sei.

Obs: Eu não escrevi esses posts com a intenção de me aprofundar tanto no assunto, mas me aprofundei. Em primeiro lugar deixo claro que todas as referências partem da minha visão então não podem ser levadas tão a sério, né gente? Em segundo que não quis expor ninguém (mas que se foda) e terceiro, que acho que tanto faz, quem vai ler essa merda mesmo? Que se foda, baralho.

Bom fim de semana para vocês, poucos leitores.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Como não dar uma festa - Parte 3

Como não dar uma festa - Parte 2

As meninas (leia-se as primas da D. Contorcionista) e todos os outros estavam bebendo. Como todos os bêbados, só podiam fazer uma única coisa: Merda. Com uma bela piscina a disposição, a galera resolveu utilizá-la apropriadamente e sim, pularam com tudo. Em quanto isso, eu, como sempre, tentava remediar toda a situação.

Enquanto fingia não ver nada de mais acontecendo, me preparava para o pior. Também comecei a me preocupar com o estado do lugar, porque afinal, tinha dado folga para empregada. Como ia fazer para limpar aquela casa? Não raciocinando logicamente e analisando os fatos de forma empírica, deixei a baderna rolar solta. Subi para o andar de cima e fui ajudar a fazer a sobremesa, na verdade iríamos confeitar um bolo. Mas como pensar que em quanto se confeita um bolo, pode acontecer tanta coisa?

Nos chamaram aos gritos (ou ao menos, ouvimos gritos) e a quando descemos, não fiquei tão surpreso. O que havia acontecido? Irei resumir:

Sem-vergonhice;
safadeza, putaria, prazer sexual, exibiçaõ sexual, cinismo, sem-vergonhice, indecência, desfaçatez, pouca-vergonha, safadice, sem-vergonheza, desvergonha, vileza, sem-vergonhez, sem-vergonhismo.

Não vi. Mas todos afirmaram contundentemente assim que descemos o que havia acontecido. Estavam todos na piscina - felizes a cantar- quando derrepentemente, dois "amigos" (que não irei revelar suas identidades), começaram a gritar descontroladamente: SHOW ME YOUR BOOBS (mostre-me os seios), para uma das primas da D. Contorcionista. E adivinha o que ela fez?

Sim Brasil, ela tirou o biquíni.

Tirou, mostrou, balançou, enfim, fez o que tinha de ser feito de tudo. Os meninos em polvorosa, chamaram a gente para ver a cena, e as consequências da mesma, mas para minha infelicidade, não deu tempo. Só que isso, não é nem metade do que rolou. Então, prossigamos.

Depois de iniciada a putaria, a festa já tinha rumo certo. Tranquilo com o que estava por vir, fiquei apreensivo apenas por causa da bagunça que havíamos feito, e obstinadas, as "meninas" deram uma geral na casa em quanto saímos para deixar uma parte do pessoal que não iria dormir lá em casa. Isso porque a namorada de um dos meninos não tinha permissão da tia (com quem morava), para dormir lá e outras duas, também tinham que dormir em casa (e não queriam participar da suruba). Ah, além das primas e da própria D. Contorcionista, que não dormiram lá (por sorte, isto é, imaginem o que aconteceria se tivessem ficado?).

Tudo isso, por volta de meia noite ou um pouco antes, Agora parem e entendam: Minha rua é perigosa, não perigosíssima, mas além do fato de ser meia noite, a rua é bem esquisita e pouco movimentada tarde da noite e no geral. O pessoal tem medo (e sim é pra ter mesmo). Apesar de todas as adversidades, fomos. Sob a luz da lua, caminhamos em direção ao centro da cidade e à procura de um moto-táxi para as outras garotas e como não poderia deixar de ser, algo estranho também ocorreu. Ao sair de casa, um amigo e uma amiga, pasmem, trocaram as roupas; agora me digam, o que pensar de um grupo de pessoas que andam a meia-noite na cidade com dois travestidos e os alguns molhados sem ter havido chuva e muito menos praia na cidade?

Éramos um grupo bem estranho peculiar

Pois bem, com um pequeno esforço conseguimos cumprir a tarefa. E voltamos - com medo de sermos mortos por assassinos, marginais e afins - para minha casa. Lá chegando, estávamos cansados e a maioria, com vontade de tomar um bom banho. Obviamente não haveria mal nenhum em um banho, não é? Ledo engano. Permiti que ficassem a vontade, mas quanto disse isso,

quis dizer isso:













E não isso:












Adivinhem qual foi a interpretação deles?

Primeiramente, um dos caras que ainda não citei - um seco - estava a todo custo, tentando "pegar" uma das meninas e insistiu, insistiu, e insistiu. Sem nenhum resultado promissor, quando a garota foi tomar banho, adivinha quem invadiu o banheiro, e pasmem novamente, foi bem recebido? Ele, amigos, sim, ele. A garota simplesmente deixou.

Enquanto isso, ficamos de boca aberta esperando alguma ração como um grito ou um "cai fora", algo do tipo. Mas eis o que escutamos:

- Ai, aí não.
- Não, "pera", opa, desse jeito...
- Aí HAHAHAAH Aí tem cabelo.

 "Aí tem cabelo", essa marcou.

Os outros, na verdade, tinham subconscientemente o mesmo desejo ardente, e ao perceberem que nada os impedia de fazer o mesmo, fizeram. Foram ao meu banheiro realizar a mesma "operação". Outra garota e DOIS garotos.

Por fim, de banho tomado, me deparei com outro problema: Onde cada um ia dormir. Depois de tudo que tinha ocorrido, o pessoal tava pouco se fodendo para se ia dormir junto com homem, com mulher, transsexual, bissexual ou com o que fosse. Só queriam descançar (leia-se fazer safadeza).

Eu tentei, como nobre e responsável anfitrião, impedir tal ato de loucura, mais foi em vão. No meu quarto, dormiram uma menina (leia-se tarada), os dois amigos que gritaram pra ver os seios da outra lá, outros dois amigos e eu - ao todo seis. No quarto da minha prima (pobre Waleska, seu quarto nunca mais foi o mesmo), dormiram duas meninas (leia-se safadas) e dois meninos (leia-se tarados/secos/pervertidos) - ao todo quatro.

Aí vocês podem supor: "Não pode acontecer mais nada". Mas a noite é uma criança, e a madrugada foi longa. Consegui dormir um sono completo, mais quando acordei, mais novidades.

Dormir sempre é perigoso, se é que vocês me entendem.

Aguardem o último post.

Obs: Para as minhas amigas - da escola - que estão lendo, tenho certeza que já identificaram ou no mínimo tem consciência de quem provavelmente é cada um nessa história, entretanto, não divulguei o nome de ninguém. Por isso, não me responsabilizo por falsas interpretações, mas duvido muito que tenham errado (hehe_. E desculpem a quantidade de posts sobre essa festa, tentei resumir ao máximo, mas é que não quero deixar os posts muito longos, mas o próximo, é a parte final.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Como não dar uma festa - Parte 2

Pra entender - Clique aqui. 

Era um belo sábado ensolarado. Acordei cedo e fui logo ligar pra um amigo meu, confirmando tudo, e sabendo se haviam novidades. Tudo na boa, porém, um detalhe crucial havia sido deixado de lado: A comida. Aquela gangue da minha sala comiam feito uns bichos, e se eu não arruma-se alguma coisa rapidamente, era provável que desse em merda (não que não tenha dado...mas enfim). 

Liguei para esse mesmo amigo, insistindo para ele ir no mercadinho comigo, lá perto de casa. Para comprarmos alguns lanches pra galera; biscoitos, salgadinhos, chocolate, refrigerante, essas besteiras. Como bom preguiçoso - e melhor ainda, "arrumador" de desculpas - ele não "podia" ir. Fui sozinho.

Liguei para o meu pai pra avisar que iria comprar algumas coisas, porque afinal, não tinha muito dinheiro. Inventei umas boas mentiras e, resumindo, disse que tinha chamado meu amigo e outra amiga pra assistir um DVD, e só. Comprei as coisas, tomei banho e me aprontei para o grande bacanal momento. A noite chegou e não demorou muito para a galera começar a chegar. No começo, poucas pessoas e sinceramente, uma só conclusão: Decepção. O negócio estava mais monótono do que todos os outros banhos de piscina, simplesmente estava um saco. Não sei ao certo, mas creio que nem muito o que conversar tínhamos mais. Já estava à espera de um milagre, pensei; "Como minha 'grande' festa pode estar uma droga?". 

Deus, Alá, Buda, ou seja qual for a figura mística, resolveu interferir e finalmente o destino me presenteou positivamente. Sim amigos, o milagre chegou. Vou tentar representá-lo por meio de uma foto:

Amiguinhas (se é que vocês me entendem)

Algumas amigas lá da sala chegaram avassalando geral. Eu nem vi por onde elas entraram, simplesmente surgiram dançando em quanto desciam as  escadas (estranho, mas real). Só isso já deu um gás maior pra festa. Primeiro porque dois dos meus amigos estavam "comprometidos" (um ficou no andar de cima com a namorada e o outro de mãozinha dada com seu affair enquanto esperava rolar alguma coisa) e segundo porque eu não sou - definitivamente - um bom animador de festas. Foi só as "minas" chegarem e o lugar logo começou a sacudir.

Estávamos todos muito felizes e muito bem, até que, inesperadamente, uma amiga que irei chamar de Dona contorcionista (não perguntem o porquê), resolveu me ligar:

- Oi Evaristooooooooooo.
- Oi D. Contorcionista! Tu não vem não, é?
- Vou...Mas é porque é assim; minhas primas estão aqui, e eu não posso deixar elas sozinhas. Tem problema se eu levar elas não, né?
- É... É que... Não, quê isso...tem nada não.
- Pronto! Já já eu chego!!!

                                                      Por dentro:

Meu pensamento era: Meu Deus! Mais gente aqui? E que eu nem conheço?! Vai foder é tudo agora.

Enquanto isso, na festa; tentávamos ver um filme, que óbvio, não deu certo. Acho que desistimos uns dez minutos depois. E insatisfeitas sem ter nada pra fazer, as meninas revoltaram-se. Não grandiosamente, mas em relação a não fazer nada. Lá perto de casa, umas duas esquinas depois, tem um centro de macumba (pasmem leitores), chamado "Centro espírita pai Netinho" (que apesar do nome, não se enganem, é de macumba). 

Não sei se fui eu, mas alguém falou isso pra elas e do nada, resolveram ir lá! No  centro de macumba! Vocês tem noção? Toda a rua tem medo de passar em frente de lá à noite e elas simplesmente resolveram ir. Não só foram, como entraram e filmaram um ritual. Quase não acreditei, mas acho que até hoje uma das meninas tem isso gravado. Só dava pra ver umas mulheres vestidas de branco (como baianas) rodando incansavelmente. Também sacrificaram uma galinha e usarem o sangue pra fazer alguma coisa lá, segundo elas.

Claro que a gente ficou chateado, principalmente por terem saído sem pedir. Mas naquela altura, não existiam mais regras. E ainda, em paralelo a esse acontecimento, foram comprar bebidas. Eu sei, eu sei, meu pai falou "Nada de bebidas", mas o que eu ia fazer? Eu falei pra não irem, mas é impossível forçar a alguém a fazer o que você quer.

Finalmente D. Contorcionista havia chegado. Amancebada com as primas, foram todas beber. Daí, foi onde começou a  tão famigerada "brincadeira da dose", que nem sei como funciona. Elas beberam, beberam e beberam.

Agora vamos lá crianças, vou parar o post um pouquinho pra vocês me ajudarem a resolver uma equação:

Adolescentes + Bebidas + Piscina = 

EXPECTATIVA:



REALIDADE:


Acreditem, vocês não vão acreditar. Aguardem o próximo post.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Como não dar uma festa - Parte 1

Eu não sou de dar festas, com exceção do meu aniversário (quando meu pai permitia), eu nunca havia dado outra tipo de festa. Escondido então, nem pensar. Hoje, iremos ter revelações. Acomodem-se bem nas suas cadeiras, pegue o melhor óculos de leitura, se posicione confortavelmente ligue a Tv, quem sabe? e comece a ler o post de hoje.

Para uma leitura mas cômoda, sugiro a seguinte trilha sonora:


Como eu disse, eu nunca havia dado outro tipo de festa, além do meu aniversário, mas isso mudou ano passado. Com a minha crescente popularidade - vejam, não sei onde estava com a cabeça -, eu  achava que deveria fazer alguma coisa pra manter as aparências e o mais importante, garantir o  meu lugar no grupinho pop da sala. A maioria de vocês que leem meu blog, sabe que sou contra esse tipo de futilidade e que também sempre fui meio tímido coisa e tal. Mas se você realmente é um leitor aqui do TMA, também  sabe da minha crescente popularidade no último ano de escola. Aliás, coisa que eu nunca expliquei muito bem aqui, porque afinal, ninguém fica amigo dos mais badalados de uma hora pra outra...Mas isso é assunto para outro post.

Como estava dizendo, eu queria dar uma festa que marcasse aquela galera e que fosse realmente algo inesquecível na cabeça do pessoal (e acreditem, não é tão fácil assim). Quando fui ficando amigo de algumas pessoas na minha turma, a gente já começou a sair mais, se reunir lá em casa, alguns banhos de piscina, porém, festa de verdade, não (entenda-se festa como um antro de adolescentes enlouquecidos, com a guela cheia de cachaça e a putaria rolando solta, quer dizer, um verdadeiro cabaré).

Pois bem, em minha defesa, pouca coisa posso dizer, admito. Só, "O que um adolescente não é capaz de fazer, né não, gente?". Em primeiro lugar, a festa nem foi (tecnicamente) ideia minha. Meus pais iriam viajar no fim de semana, pra João Pessoa, não lembro exatamente qual o motivo. Eles sairiam na Sexta, e só voltariam na segunda-feira. Tempo o suficiente pra dar uma festa, e esconder qualquer vestígio da mesma.

Como já fazia umas "reuniões" lá em casa, assim que falei da viagem dos meus pais; uma das minhas amigas, ficou incontrolável, a reação foi mais ou menos essa:


- Teus pais vão viajar???????????????????????
- Vão, mas...
- Vamos dar uma festaaaaaaaaaa, bora Evaristooo, vaaamos! Só a gente, o nosso grupinho 'pô'.
- Hum...pode ser.

Como vocês leram, concordei com ela. A ideia em si não foi minha, mais aceitei tudo proposto. Achei que a ideia era boa mesmo. Nunca pedi nada (demais) aos meus pais, era um bom aluno e bom filho, então porque não?

- Mãe, eu posso chamar meus amigos pra tomar um banho de piscina quando vocês viajarem?
- Não senhor. Esse povo já vem pra cá direto.
- Mas mãe?! Por favor!!!
- Não e não.


Não sei de onde veio toda essa minha insistência, mas eu estava realmente obstinado a dar aquela festa. Acho que todos os sentimentos de revolta acabaram sendo impulsionados por esse não (quem sabe?). Falei com meu pai:

- Pai, posso chamar o povo?
- Pode. Tenha cuidado, nada de bebida, e deixe tudo arrumado.


*Le mãe chega*

- Edivaldo?! Não! Eu não quero esse povo na minha casa.
- Mas Francineide...
- Não! NÃO VAI TER NADA. QUEM MANDA AQUI SOU EU.



Não havia muitas alternativas. Minha mãe estava irredutível e meu pai, sem opção diante da fúria dela. Minha mãe sempre foi mais rígida e brava comigo do que meu pai, aliás. Só me restava uma única alternativa, contar com a única pessoa que me apoiava dentro daquela casa: A empregada.

Sempre me dei muito bem com as pessoas que trabalham lá em casa, e a Lusângela, por sinal, não era excessão. Ao contar-lhe minha triste história, ela topou de cara me ajudar.

Na verdade, não foi só porque gostava de mim, em troca, lhe ofereci um dia de folga. (eu sei, corrupção e todo tipo de delito foi cometido, que exemplo, heim?). Pois bem, pra se dar uma festa de sucesso, é preciso planejar os mínimos detalhes e nesse caso, mais ainda. Eu falei pra todos os envolvidos que era tudo escondido, ou seja, ninguém podia avisar que iria lá pra casa. Inventassem uma história. Combinado o dia e horário, eis que surge uma proposta: "Porque não dormimos na casa de Evaristo?" Daí você pensa, agora fudeu tudo. Mas não. O que eu realmente queria era ficar cada vez mais próximos e amigo deles, ter história de um "baita" festa pra contar.

Aceitei de boa. Éramos uns quinze a vinte, acho. Isso dividido entre meninas e meninos, o que na hora de dormir, poderia dar em problema. Então as mais diversas mentiras foram inventadas, como casa de "amiga" e o diabo a sete. Tudo armado, esquema planejado, fica decidido, que para garantir a integridade física das pessoas, seria melhor que meninas dormissem num quarto e meninos em outro. Cês acham que deu certo?

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A faculdade tá foda.

Sem mais, fiquem com a foto de um cachorrinho triste:


Espero que a semana de vocês, seja melhor que a minha.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Morando sozinho

Eu moro sozinho. Não literalmente, mas moro. Meu irmão, pra quem não sabe, faz medicina e vive na faculdade, quer dizer, só vem pra casa de noite. Isso significa que passo o dia todo sozinho, ou estudando, ou vagabundando, depende do meu espírito.

A questão é que, existe toda uma lenda em volta do "morar sozinho" e hoje, vim aqui acabar com essa babaquice. Morar sozinho não é nem de longe um grande mistério, muito menos uma vida de sonhos e festas (acredite), na verdade é uma merda mesmo. Você tem que fazer tudo sozinho e se virar na medida do possível. Vocês não sabem o que daria para voltar para casa dos meus pais. É óbvio que é ótimo ser independente e dono das suas próprias decisões, mas amigo, isso exige uma maturidade imensa. E cansa. Pode ter certeza, cansa.

Você não tem quem lhe acorde todos os dias (mesmo que use despertador, quem tem os pais em casa tem a garantia que se o treco não funciona, eles vão lá te chamar), não tem um abraço quando mais precisa, você tem que fazer sua próprias refeições (incluindo almoço e jantar, amiguinho). Né fácil não, gente. E sem falar da saudade que a cada dia aumenta. E no meu caso, ainda existe o isolamento.

Não sei que porra é essa, mas parece que minha timidez tá voltando com tudo. Não consigo falar com as pessoas da faculdade por vergonha, passo direto. Falo só com quem já mantenho alguma relação. E pra fuder minha vida mais ainda, sou o ser mais  FOREVER ALONE na academia. Literalmente não falo com ninguém (e que fique claro, não que eu faça questão, mas por me sentir sozinho o resto do dia, gostaria de ter alguém com quem conversar). Meus amigos, mal falo e muito menos vejo. Mantenho uma relação afetuosa e próxima com uns três ou quatro e pronto. É chato isso, mas é a verdade.

Eu também fico a maior parte do tempo no computador, o que me distrai - e é bom -, só que acaba atrapalhando meus estudos, pois não tenho controle sobre o meu próprio tempo na internet. Às vezes sinto inveja de quem mora com os pais, ou de alguns amigos que permaneceram na minha cidade, eu sei que pode ser loucura, mas é o que eu sinto. Também sinto isso em relação a quem estuda em uma Universidade pública (e entendam, não é em relação ao ensino, já pude comprovar por A mais B que o ensino do Unipê não deixa a desejar), pois quem estuda em uma federal, geralmente vem de outra cidade e essas pessoas acabam se tornando unidas, pois não tem ninguém da família junto delas.

No Unipê, todos que conheço são daqui de João Pessoa, quer dizer, tem a família junto de si.

Morar sozinho não é uma vida de festas, muito menos de diversão constante. Morar sozinho é aprender a conviver consigo mesmo e com os seus próprios conflitos e questionamentos. É tentar traçar objetivos e buscar alcançá-los o mais rápido possível, pra que essa jornada não dure mais do que o necessário. Só o  estritamente necessário.

Daora a vida


terça-feira, 17 de abril de 2012

A tomada de decisão

Se você não mora dentro de uma caverna ou assiste esporadicamente aos jornais, já deve saber da decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao aborto de anencéfalos. E que rufem os tambores: Depois de um julgamento de dois dias, à decisão foi favorável, legitimando a liberação do aborto em caso de anencefalia*. Como um humilde estudante de Direito do Primeiro período, darei minha opinião.

Mulheres comemoram a decisão do STF
Obviamente a questão não é simples, ao contrário, envolve questões éticas e versa sobre um assunto extremamente evitado ou simplesmente esquecido por muitos. Por isso, não se pode simplesmente dar uma opinião sem um embasamento jurídico ou um mínimo de argumentos lógicos que componham uma linha de pensamento.

A questão do aborto em si, não se põe em pauta. Como dito a cima, a decisão se tratava da liberação para abortar quando o feto apresenta anencefalia. Mas, antes de mostrar minha opinião, relembremos um pouco o passado do Brasil; para quem não sabe, em 1988 foi promulgada a nossa carta magna, ou em termos mais difundidos, a nossa constituição, e depois de anos sem eleições diretas e de um pais marcado pelo ditadura, temos um verdadeiro avanço. A constituição cidadã (apelidada assim não à toa), dá inúmeros direitos além de proteger o 'indivíduo' e a 'sociedade'. Garantindo direitos esquecidos ou não abordados até então, como o dos idosos, dos índios e do meio ambiente.

Entretanto, o Artigo 128 é claro. O médico só não é punido por praticar aborto em casos que não há outro meio de salvar a vida da gestante ou quando a gravidez é resultante de um estupro. Ou seja, sim, abortar é crime. E como tal, não é facilitado pelo Estado, que, via de regra, pune este ato. E de fato, matar uma criança ainda não formada, por simples capricho ou irresponsabilidade realmente me parece um tanto quanto errado e egoísta.

Mas o caso abordado pelo STF, é diferente. Quando ocorre uma gestação de anencéfalo, não só a mãe mas toda a família sofre. Mesmo antes de dar a luz, a futura "mamãe" já sabe que o seu filho não resistirá mais do que 53 minutos (segundo médicos especialistas). E fazer uma mulher passar por esse sofrimento, é algo absurdo.

A constituição, como foi dito, criminaliza sim o aborto, entretanto, a mesma constituição, no seu artigo 5º, inciso III, fala: Ninguém será submetido a tortura nem tratamento desumano ou degradante. E pensem, obrigar uma mulher a levar uma gravidez de um feto que não sobreviverá, até o fim, não é desumano? Vários psicólogos e especialistas além de mulheres que já passaram por essa situação, afirmam que as sequelas psicológicas são imensas. 

Ora, como pode o Estado obrigar um cidadão a passar por tratamento desumano, que o levará posteriormente a necessidade de um tratamento psicológico? é algo controverso. Os movimentos religiosos, mais uma vez atrapalharam o andamento do processo, buscando respostas ilógicas ou baseadas em preceitos bíblicos que impedissem a liberação do aborto no caso em questão. E daí surge novamente o meu repúdio por esse amor exacerbado a uma religião ou à um Deus que mais provoca sofrimento do que "bençãos". 


Não há (por mais que líderes religiosos, pastores ou padres queiram justificar) nenhum argumento religioso válido. O Estado é laico e não pode deixar se levar por esse tipo de justificativa. Além do mais, querendo ou não às pessoas devem entender que sem cérebro (juridicamente), não há vida, e mesmo contrariando as leis da física, para estar vivo, respirar não basta. O Estado não protege bebês anencéfalos. Nem teria como,  pois os mesmos não sobrevivem fora do útero materno.

Outra realidade esquecida pelos que insistem na criminalização do aborto por anencefalia, é que, o aborto é algo real e é praticado todos os dias. Independente de ser ou não uma conduta delituosa, essa prática é disseminada e não temos como impedi-la. Então, por que não darmos dignidade a essas mulheres? Muitas, devido a abortos clandestinos ou as péssimas condições do local, acabam morrendo no processo abortivo.  

E não, não é só isso. A justiça no Brasil, como sabemos, anda à passos de tartaruga e muitas mulheres que entraram na justiça para ter o direito de abortar o feto anencéfalo, não chegaram nem a ser julgadas devido a demora do andamento do processo. Fazendo mais uma vez, mulheres que desejam constituir uma família, sofrer com a perda - inevitável - de um filho, que se antes concedido seus direitos, diminuiria consideravelmente seu sofrimento.

A liberação do aborto de fetos anencéfalos, não é e não pode ser confundida com a legalização do aborto, ou pior ainda, com a obrigação dessa prática. Pessoas ficaram empolvorosas com a notícia da decisão favorável, como se a mesma fosse obrigar as mulheres a abortarem seus filhos. Não. A decisão simplesmente descriminaliza  a prática. Ela dá o direito de escolha as gestantes que passarem por esse tipo de situação. Se uma uma grávida quiser levar sua gestação até o fim (o que de certo modo é louvável), poderá tranquilamente fazê-lo. O que não pode mais acontecer é que mulheres que não dispõe dessa mesma coragem, sejam obrigadas a passar por essa situação.

Finalmente, deixo claro que essa é minha opinião, e como tal, não é única e muito menos a mais correta. O importante é se informar e ter argumentos antes de falar, e não se basear no que seu vizinho ou colega disse e sair dando opiniões. A decisão foi de 8 a 2, mostrando que a maioria dos ministros tiveram coerência na hora de pesar a questão, meus sinceros parabéns aos mesmos. E por fim, não esqueçam, leiam crianças, leiam.

*A anencefalia é definida na literatura médica como a má-formação do cérebro e do córtex do bebê, havendo apenas um "resíduo" do tronco encefálico. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), a doença provoca a morte de 65% dos bebês ainda dentro do útero materno e, nos casos de nascimento, sobrevida de algumas horas ou, no máximo, dias.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Páscoa


Eu sei, gente. Faz tempo que não posto aqui. E infelizmente não tenho desculpas nobres, é preguiça mesmo. Pois bem, vamos lá. A páscoa passou e não deu tempo de postar. Mas como já fiz de outra vez, vai atrasado mesmo. Em primeiro lugar, "O que é Páscoa, Cão da Neve?", vocês me perguntam, e bom, eu respondo.

"Do hebreu Peseach, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. É a maior festa do cristianismo e, naturalmente, de todos os cristãos, pois nela se comemora a Passagem de Cristo - "deste mundo para o Pai", da "morte para a vida", das "trevas para a luz"."

Ressumindo, na páscoa se comemora (ou ao menos deveria se comemorar) a ressurreição de Cristo, é um típico feriado cristão. Mas esse é o conceito geral e mais abrangente que você pode encontrar em qualquer lugar na internet. O meu conceito, é outro. Páscoa, na verdade, é só mais um feriado que visa através da venda de produtos, obter lucro a todo custo em uma busca desenfreada pelo dinheiro. Capitalismo, colega.

Assim como no Natal, na páscoa a um enorme crescimento no comércio, mas não de qualquer coisa, e sim de um produto específico; o chocolate. O chocolate, como sabemos, é sim delicioso e extremamente rentável (diga-se de passagem que tenho certa experiência), entretanto, os famosos ovos de páscoa vendidos nessa época do ano, tem um preço absurdo. A maioria contém presentes ou brinquedos dentro do chocolate, e isso é, na verdade, o que mais atrai as crianças. Obviamente, quem já tem mais experiência sabe que não tem cabimento pagar o preço que se paga.

Como foi divulgado no Facebook (coisa que à muito tempo já sabia), os ovos de Páscoa possuem o mesmo peso (ou quase o mesmo) que barras de chocolate e o custo é infinitamente mais alto.


Vendo esse absurdo é óbvio que muitos deixaram de comprar o ovo. O que acabou gerando uma justificativa das empresas de chocolate, que disseram: "O ovo de páscoa dá mais trabalho para ser feito, por causa do formato. Sem contar que o preparo é diferente. Além disso, páscoa é uma data especial". Traduzindo: "Quando o chocolate é em forma de ovo, ele é mais caro e pronto, problema seu. E é páscoa, deixa de ser mão de vaca".

Mas porra, quer dizer que só porque é páscoa, eu vou gastar dinheiro? Que merda é essa? Com vinte reais (vide promoções nas Lojas Americanas) dá pra comprar seis barras de chocolate (EU DISSE SEIS). Quem em sã consciência e sem filhos em casa, compraria o ovo? Lógico, se você gasta rios de dinheiro, não se encaixa nesse perfil.

Bom, voltando a data em si, a páscoa tem vários representantes (e mais uma vez, Jesus sai perdendo na corrida contra figuras míticas e símbolos controversos). Um deles, e o mais famoso, é o coelho. Mas de onde bulhufas saiu um coelho de toda essa história? Após breve pesquisa, tenho uma resposta formulada: Como já disse, crianças, nessa data se comemora a ressurreição de Jesus, e isso significa vida nova, novos ares; e o coelho representa a fertilidade, que de alguma forma, se liga a esse significado, através de Astarte, a Deusa da fertilidade ou do renascimento na mitologia anglo-saxã.

O símbolo da Deusa é uma figura de uma mulher segurando um ovo e observando um coelho. Disso, aparecem os ovos. Surge então a tradição de pintar e deixá-los decorados, daí para o ovo de chocolate foi só um pulo (não é difícil de se entender). Rapidamente, ouve a associação; ovo, coelho, fertilidade, chocolate, Jesus, feriado e por aí vai. Dando no que deu.

Uma curiosidade bem interessante que descobri, é de onde vem o tão famoso verso "Coelhinho da páscoa, que trazes pra mim...". As sacerdotisas de Astarte eram ditas capazes de prever o futuro olhando as entranhas de uma lebre. E o singelo versinho original, é na verdade, assim: "Lebre de Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte pra mim?". Claro que a primeira rima é bem mais comercial.


Outros símbolos pascais, são o cordeiro, o pão e o vinho, os sinos e o círio (vela). Cada um possui um significado, que não acho que valha à pena comentar por aqui. O que vale à pena, é lembrar algumas tradições dessa data:

  • Semana Santa: É celebrada tradicionalmente para relembrar a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo.
  • A sexta-feira santa: Onde é proibido comer carne. A propósito, uma das tradições mais absurdas que já vi. Santa ignorância.
  • O tradicional, domingo de páscoa: Que serve, na prática, só pro pessoal se esbaldar em chocolate.
Bom, amigos, por hoje é só. Cão da Neve deseja uma feliz Páscoa, mesmo atrasada.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Questionamentos internos

Ato I - Eu não sei o que se passa, só sei que preciso parar.


- Eu tenho um monstro dentro de mim. 

- Porque?

- É a única explicação plausível para tudo que anda me acontecendo, para tudo que anda passando pela minha cabeça – É um monstro terrível que engole tudo de bom que vem à minha cabeça imediatamente. É insaciável e não quer parar. 

- E ele mastiga, mastiga, mastiga e nem pó sobra?

- Não sobra nada. Não sobra eu, não sobra nem sombra de quem eu fui. Enquanto esse monstro me devora, meus olhos lacrimejam e meu pelos arrepiam.

- Ora, feche os olhos. 

- Mais que isso: aperto-os forte, como se estivesse apagando tudo que, anteriormente, foi pensado.

- Mas não resolve?

- Não. Eu devo ter também um buraco negro dentro de mim. É a única explicação razoável para tudo que se perde todos os dias, todos os instantes, para toda a energia que vejo nascer, mas nunca vejo se pôr – esse buraco negro é fortíssimo, fazendo com que momentos luminosos pisquem e apaguem - como luzes defeituosas de natal – para nunca mais acenderem. Perdeu-se, foi-se e não poderá ser recuperado.

- Permaneça de olhos fechados, mas agora segure e aperte sua própria mão, como se pudesse impedir algo bom de ir embora. “Fique”, sussurre.

- Não dá. Eu tenho algo entalado na garganta. É a única explicação compreensível para poder justificar tamanho nó – e seja o que for, não deixa nada descer, fica tudo preso, tudo entalado. Tem um trânsito gigantesco que nunca se movimenta, nunca muda, tudo porque esse nó não se desata. Sinto-me estufado. Mas não de comida, das pessoas. Não quero conversar. Não quero abrir a boca. E daí, já nem sinto que estou de olhos fechados, parece que nasci daquele jeito.

- Seus conflitos são tão complexos e incompreensíveis. Como poderia alguém te ajudar? Não resta alternativa, não há saída. Se você não resolver o problema, ninguém irá.

- Eu sei. Ninguém pode me salvar. E nem quero. Entrei num abismo profundo e sem volta. Onde nem as cordas mais longas podem alcançar, e onde nem mesmo o mais estrondoso grito pode ser escutado. É um calabouço. Sinto-me acorrentado.

- Mais eu sei. Eu sei o que você tem.

- O que? O que tenho?

- Você tem Amor! Amor dentro de si. É a única explicação absoluta para tudo que vem ti abalando, por todas as transformações que ocorreram, por toda a esperança esmagadora que te deixa acordado durante a madrugada e desacordado durante o dia. Esse Amor não te deixa desistir, não te deixa ir embora, não te deixa escolher o desapego. Esse Amor te permite muito. Permite enxergar um mundo de cegos, guiados pela maior força, pela maior dor, pela maior alegria, pela maior satisfação. Tudo se soma e se subtrai dentro de ti para gerar amor, amor que direciona a uma só pessoa.

- Amor? Direcionado a alguém? Mas a quem?

- Bom (...) Não sei. Talvez esteja errado. Talvez esteja ficando louco. Louco. Mas segundo este amor, "algo deve faltar".

- Mas não... Nada falta e tudo transborda.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Arte sedutora

Adoro arte. Em seus mais variados tipos e expressões. Na verdade já sonhei em trabalhar com algo do tipo, já que desde pequeno sou envolvido por artes, como desenho por exemplo. Entretanto, onde me encontro atualmente, é impossível realizar esse desejo, além do mais, trabalhar com arte, me parece um tanto quanto indefinido e complicado. Visto que não só o mercado é difícil, como também encontrar algo que tenha uma boa remuneração.

Mesmo assim, quem sabe um dia a profissão de "artista" seja regulamentada e realmente valorizada. Em quanto isso, pretendo continuar com os meus dois pezinhos bem fincados no chão - ou seja, na faculdade. Entretanto, não deixo de produzir meus desenhos e valorizar a arte alheia (mesmo que com menos frequência, devido a pouca quantidade de tempo).

Hoje separei algumas "artes" que aprecio e selecionei para mostrar para vocês. Entre elas desenhistas (incluindo algumas tatuagens que acho incríveis) e músicos (no sentido mais amplo da palavra, pois sabem explorar seu potencial e demonstram verdadeira destreza através do seu trabalho).

Bom, vou começar com a arte de Ivan Camelo:


O Ivan é um Artista internacional, e nesses desenhos, ele resolveu fazer uma releitura dos heróis que são um clássico da DC comics. E realmente ficou muito bom. Ele tirou os músculos e amenizou a cara amarrada de alguns deses personagens. Por fim, o final ficou bem divertido.




Outro artista que me chamou atenção, foi o Guido Daniele. O trabalho do cara é realmente impressionante, deem só uma olhada:



A arte do Guido impressiona pelos detalhes! Além de extremamente bonito e original. Nesse trabalho em especial, ele foi chamado por uma agência para fazer pinturas de animais. Ele é especializado em pinturas no corpo e amou a ideia. Começou a pesquisar animais e uma forma de transferi seus desenhos para as mãos, e depois de quatro horas de trabalho, tivemos esse belíssimo resultado final.





Já na parte das tatuagens, selecionei algumas fotos que me agradam bastante. Na verdade sempre gostei da ideia de fazer uma tatuagem, se for por um bom motivo, obviamente. Como tatuar algo realmente significativo pra mim. Caso contrário, acho uma bobagem. Tatuagem é definitivo, e marcar o corpo em definitivo é uma atitude que deve ser pensada e ter motivos reais. E como quase tudo que gosto, essas tatuagens não são tão comuns e clichês quanto tribais ou estrelinhas. Segue:






 Infelizmente não sei quem é ou quem são os responsáveis por estas tatuagens, entretanto, o trabalho me parece muito bem feito. A que de longe mais me agradou foi a tatuagem de esqueleto, na nuca. Não sei ao certo qual  o significado - se é que tem algum - dessa tatuagem, mas realmente me encantou.

Bom, antes de fechar o ciclo dos desenhistas, gostaria de falar um pouco dos meus desenhos. Como disse, já desenhava desde a infância, mas isso não quer dizer que desenha-se bem. Na verdade desenhava mal pra caralho. Podia dizer que meus desenhos eram compatíveis com minha letra, que ocupava duas linhas do caderno, quer dizer, uma porcaria mesmo. Mas o tempo, que tudo constrói e destrói, me ensinou, com muita insistência, empenho e força, que fazer linhas retas e traços esfumaçados não é tão difícil quanto parece e, a medida que melhorava minha letra, melhorava meus desenhos.

Se for fazer uma comparação real, acho que melhor escrevo do que desenhos, mas enfim. Eu gosto de desenhar principalmente mulheres e sim, algo próximo a um croqui (pra quem não faz ideia do que é, veja aqui). Croquis não tem necessariamente, a ver com o mundo da moda, mas no meu caso, gosto de desenhas modelos, roupas ou coisas do tipo. Deixo um desenho que fiz de uma amiga (que no momento, mora nos Estados Unidos, e lamentavelmente, não pode receber o desenho):



Considero-o bom, um tanto quanto mal feito, mas aceitável.

Mudando radicalmente de assunto - pois é freestyle -, vamos às músicas. Como já é do conhecimento geral da nação de vocês, eu curto praticamente todo tipo de música, mas escuto mais certas variantes, entre elas, algumas já foram mostradas aqui no blog. Mas faltei falar de um tipo importante, que é música sem cantor, isto é, sem o vocal, apenas o som e uma bela melodia. E eu adoro o som do piano, inclusive de algumas músicas clássicas. E recentemente (lê-se à meses) descobri uma pianista maravilhosa, A Luisa Fontan.

Como não a conheço pessoalmente (nem poderia...) deixo aqui um vídeo da maravilhosa interpretação de Sigur Rós, #Untitled 3:


É simplesmente a coisa mais linda e melancólica que já vi. É como se fosse tocado com o coração.

E outra música que adoro é a City of Blinding Lights, do U2, ela é bastante conhecida, e por sinal, maravilhosa:


Cara, essa música me traz uma sensação de nostalgia enorme! Ah, preferi essa interpretação porque tem toda a introdução da música, e é disso que mais gosto (mas a interpretação ao vivo é foda).

Pois é, música e a arte como um todo são coisas que fazem parte da minha vida e não consigo me imaginar sem elas. Aconselho à todos a terem algum hobby ou praticar algum esporte; e ler, desenhar, cantar ou tocar algum instrumento é uma ótima opção. Mesmo não tendo tanta habilidade, vale à pena arriscar. Independente do que gosta, faça. 

Bom, queridos leitores, por hoje me despeço de vocês. Adiantando-me, bom fim de semana à todos.

Obs: Quem quiser conhecer melhor os trabalhos do Guido, ou do Ivan, podem acessar esses links, respectivamente; Guido Daniele e Galeria.


segunda-feira, 26 de março de 2012

A amplificação da saudade e o dissabor da solidão

A saudade realmente é um sentimento constrangedor. Você fica naquela de querer estar perto de quem está longe, mas, muitas vezes, falta a coragem ou quem sabe, disponibilidade para dizer isso à outra pessoa. Desde que me mudei, fiquei feliz por pensar que faria novas amizades. Pois como já tinha meus amigos garantidos, os que surgissem só acrescentariam, ou talvez, se não ficasse amigo de ninguém, simplesmente não seria um problema, visto que, outros já supriam essa necessidade.

Não tinha grande entusiasmo, por que por outras vezes já havia passado por situações parecidas e não fui lá muito bem sucedido. E como vocês sabem, no início do meu ano letivo, as coisas não foram lá um mar de rosas (lembre aqui).

Pois bem. Antes me achava um pouco antipático e talvez, a início de apresentação, difícil de lidar. Porém com o passar dos anos, me tornei simpático, receptivo e aberto a novas experiências ( e sem querer ser presunçoso, trato todo mundo - na medida do possível - cordialmente ). Cheguei à conclusão que o problema não sou eu, são os outros. Puta que pariu, mas o que o pessoal tem na cabeça?

Certas pessoas, apesar de aparentemente pertencerem a mesma espécie que eu, de alguma forma misteriosamente mágica, conseguem ser extremamente chatas, entediantes e desinteressantes. E não me levem a mal. Não acho que as pessoas sejam obrigadas a serem simpáticas ou alegres a todo momento, mas um mínimo de educação ou entusiasmo não faz mal a ninguém.

Ver alguém todos os dias de manhã ou mesmo na hora de ir embora e olhar a pessoa como se a mesma fosse um saco de bosta, não me parece muito cordial. E é esse um dos motivos de eu ter feito poucos colegas, creio. Mas não só esse. Sou exigente, e não gosto de pessoas que são chatas por si só. Quero dizer, educadas, legais...Mais em um alto índice de chatura.

E quando me dou conta do quanto estou só, a saudade da minha casa e dos meus velhos amigos, aperta bastante. Fico imaginando se os outros já tiveram amigos como os que eu tive, por que acho que se os tivessem tido, suas vidas seriam melhores. Se existe algo que fez o meu ensino médio valer à pena naquela escola - antes tão odiada - foram os meus amigos.

Pra vocês terem noção; muitos dias acordava tão cansado e desestimulado, que minha vontade era simplesmente de me jogar na frente do ônibus. Entretanto, ver meus amigos todos os dias já me fazia desistir dessa ideia. Chegava a ir para escola com o único propósito de ir vê-los. Nada me motivava mais do que isso. E agora? O que motiva? Qual a razão de ir para a faculdade todos os dias? Me desculpem, mais ainda não encontrei.

Eu sei que o principal propósito deve ser a construção da minha carreira, do meu futuro ou até mesmo, o amor pelo meu curso. Mas porra, não amo o meu curso. Não acho desagradável ou coisa assim, mas também não sinto prazer como alguns afirmam que tem ao ir fazer a leitura de algum livro de Direito. É algo irrelevante: Faço por que tenho que fazer. E entendam, não me orgulho disso, mas acho que não gostar do que se faz não te torna incompetente. Ao contrário, existe uma separação entre o que se gosta e o que se deve fazer. Não é porque não gosto de estudar que vou tirar um zero, posso tirar dez, mesmo sem gostar de estudar. Estudo porque tenho que fazê-lo.

Não quero ficar me torturando todos os dias para achar um motivo realmente válido para cursar Direito. E nem ter que fazer malabarismos de prós e contras. O que eu busco, é a paz. Eu quero simplesmente ir lá, assistir aula, e fazer o que devo fazer. Enquanto tiver que ser assim, será.

Logicamente gostaria de fazer grandes amigos ou encontrar pessoas com que me identificasse completamente, mas isso é algo que já não almejo. Ainda quero distúrbios, situações inusitadas ou divertidas (porque passar o dia todo trancado em um apartamento sem pensar em como seria se jogar do terceiro andar, é complicado), mas quero paz. Acima de tudo, meu espírito de velho fala mais alto. Pertubações já me bastam as internas com que sofro diariamente, na vida real, quero sossego.


Imagem: Da série "The Hard Times of RJ Berger", onde a história é aquela velha e clichê do garoto excluído.