sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A dor da perda

Na verdade não esperava escrever um post sobre este assunto, não esperava ter que lhe dar com situações antes desconhecidas. A perda de um ente querido ou de alguém que é amado é inexplicavelmente severa, dolorosa e pesada. A palavra morte, por si só, já carrega um peso, algo que dá um nó na garganta.

Por mais que você queira, nunca estará preparado para "perder" alguém, é como se preparar para uma mudança que não tem volta, e por isso mesmo é impossível. Claro que há diferentes modos de conviver com a dor, alguns conseguem ( de uma maneira incrível ) superar a situação e aos poucos seguir a rotina, outros no entanto, sofrem e não superam a dor. Acredito que tudo tem seu tempo e mesmo que demore, as coisas melhoram. Àquela dor insuportável, ameniza, e aos poucos, diminui, até chegar a um ponto em que a dor vira saudade.

Saudades de alguém amado, que foi embora sem se despedir, que por mais que você espere, não vai bater na porta, não vai telefonar. Independente da crença religiosa, acho positivo se apegar a alguém ou alguma coisa nesse momento, muitas vezes só a fé consegue nos confortar e pensar que dias melhores virão. Acreditar em Deus pode ser uma saída para se distrair ou passar o tempo, entretanto o período de luto é importante e deve ser vivido assim como outras fases da vida.


Impiedosamente os dias continuarão passando, independentemente da sua vontade, por isso não se deve "fugir" do luto, porque ele vai ser vivido querendo ou não, e antes que seja logo do quê depois. As perdas em mortes, fins de relacionamento ou outros casos são tão difíceis porque quase sempre a pessoa que perdeu sentia-se dona de quem partiu e sente como se estivessem arrancando o que é seu, sem pedir, sem aviso prévio. Pode parecer clichê de quem é "desapegado", mas não se deve viver em função do outro ( por maior que seja esse amor ), uma hora ou outra ele irá partir.


Como tudo na vida, o luto também tem seu ciclo, e deve ser encarado de queixo e cabeça erguidos. Sorrir ao lembrar de quem já não está entre nós, ao invés de derramar lágrimas; celebrar a vida  ao invés de sofrer pela morte.


A nossa visão sobre a morte é muito limitada, e por isso não a compreendemos. A primeira pergunta quase sempre é "Porque com ele(a)?" e por mais que busquemos respostas, é impossível de encontrá-las. Os planos de Deus, ou seja lá quem for, são muito maiores e profundos do quê possamos imaginar. Se de toda essa história pudesse ao menos tirar uma lição, é que eu percebi o quanto os meus problemas e os dos outros são ínfimos, percebi que ( literalmente ) TODAS as coisas banais que reclamamos são besteiras perto de uma dor tão grande como o falecimento de um parente, e ainda mais, percebi que amigos de verdade existem e que se você realmente os cultivou, em nenhum momento estará sozinho. É muito mais importante está com quem se ama do quê qualquer outra coisa.


Graças a Deus, não perdi nenhum parente, nem ninguém ( legitimamente ) próximo, mas ver alguém que você ama tendo que aprender a sobreviver com isso, faz você querer ser uma pessoa melhor, querer ajudar e estar junto em todos os momentos. E é essa dor ( a do sofrimento de alguém que amo ) que me levou a escrever hoje esse post.

Pra finalizar o post de hoje, encontrei um curta que mostra perfeitamente toda essa mistura de acontecimentos recentes, e realmente, vale à pena assistir:


Melancólico pra caralho, mas vale à pena.

Bom fim de semana pra vocês.



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